quinta-feira, 28 de março de 2013

DESCORTINANDO CENÁRIOS DA 2º GUERRA


Talvez o título acima soe um pouco pretencioso, mas não é esta a intenção.
Como eu sempre gostei muito de história, e com a atual facilidade com a internet, resolvi me aprofundar um pouco mais sobre a II Guerra Mundial.
Pelas minhas contas, devo ter viajado para a Alemanha  umas 350 vezes ou mais, mas sempre a trabalho, ou melhor, trabalhando. Foram 30 anos como tripulante de empresa aérea.
Mas desta vez fomos para lá a passeio eu e minha mulher. Fiz um roteiro bem focado no que mais me interessava, lugares que foram palco da II Guerra (Berlin, München e Berchtesgaden).
Roteiro da viagem: Frankfurt, Berlin, München, Berchtesgaden, Salzburg, Innsbruck, Liechtenstein, Speyer, Seibersbach, Mainz, Flughafen Frankfurt am Main.
É claro que sobrou um tempinho para outros passeios, algumas comprinhas, cervejarias, museus etc.

Bem, fomos no início de setembro de 2012
Escolhi  esta época por ser, entre outras coisas,  final de temporada de férias na Europa e o clima ser favoravel para passear nos Alpes, que também queríamos visitar.
Nossa viagem começou no Rio de Janeiro, via Guarulhos. Chegamos a Frankfurt com 02:00h de atraso (ônus de vôo via Guarulhos), mas isso não nos atrapalhou em quase nada.
O aeroporto de Frankfurt, mesmo sendo um dos mais movimentados do mundo, é super funcional.
Tudo muito prático - passa pela imigração, desce uma escada rolante, pega bagagem, faz alfândega e já está na saida do aeroporto. Ou desce mais uma escada rolante e chega num hall onde de um lado ficam as locadoras de carros e do outro a estração de metrô. Como eu já havia feito a reserva do carro pela internet, foi tudo muito rápido e fácil. Loquei na Hertz e gostei muito.
Apanhei um pouquinho do GPS pois era do tipo multi mídia (muita informação no mesmo local) e eu louco para por o carro para rodar na autoban direção Berlin. Na primeira parada para ajustes no tal GPS, uma pequena surpresa com o carro Ford C-MAX Diesel manual, novinho de 1ª locação: descobri sem querer que ele desliga o motor automaticamente quando põe a marcha em ponto morto. Ao pisar na embreagem para engatar a marcha,  ele religa também automaticamente. Quanto ao GPS,  não fiquei nem um pouco preocupado pois tinha outro na bagagem, levado do Brasil e com o mapa de toda a Europa atualizadíssimo (precaução de povo da aviação, pois quem tem um não tem nenhum). E como todo bom descendente de alemães (leia-se, um pouco cabeçudo), não queria me dar por vencido. Mas no segundo dia tive que mudar de idéia, pois o GPS alemão me pedia informações que eu nem sempre tinha, como bairro e código postal.
 Bem, lá fomos nós, eu e a "Frau",  rumo a Berlin  na Autoban A5 - um tapete e sem pedágio. Aliás, na Alemanha toda não existe um único pedágio. Fizemos um pequeno desvio por estradas vicinais de Nordrhein-Westefalen e Essen (região de onde vieram meus antepassados), onde aproveitamos para dormir numa pousada super-charmosa.


  
  
 
Em Berlin nos hospedamos no lado Oriental (antiga DDR) e começamos  o passeio pelo PORTÃO DE BRANDEMBURGO, atração mais marcante da cidade e simbolo histórico da divisão  da Alemanha Oriental e Ocidental antes da queda do muro.   Logo me dei conta que os 5 dias programados para Berlin seriam insuficientes para visitar tantas atrações que a cidade oferece. Focamos-nos então  nos assuntos relacionados à II Guerra, tais como:  
  • BUNKER DE HITLER- Lugar onde ficava a casamata de Hitler, em Berlin (ele tinha vários bunkers espalhados pela Europa). Conta a história que foi neste bunker de Berlin que ele, sua família e outros oficiais do nazismo tiveram o seu fim. O local foi inundado e aterrado, certamente para evitar ponto de culto a nazistas. Hoje, existe um estacionamento no local. Há somente uma placa que conta a história do local e mostra a planta dos subterrâneos da fortaleza.
  • MONUMENTO AO HOLOCAUSTO - Memorial aos Judeus Mortos na Europa durante a Guerra. Fica ao lado do estacionamento e bem próximo do Portão de Brandemburgo e pode ser visitado a qualquer hora. 
  • REICHSTAG - Prédio do Parlamento Alemão, reconstruido depois da Guerra, e também pertinho do Portão de Brandemburgo. Hoje denominado Bundestag. Depois de sua destruição durante a II Guerra Mundial, foi restaurado e remodelado no fim do século XX para acolher o novo Parlamento da Alemanha reunificada.
  • CHECK POINT CHARLIE - Um dos raros pontos de checagem de documentos e passagem para o lado Oriental de Berlin.
  • BERLINER FERNSEHTURM - Torre de TV e símbolo da parte oriental de Berlin. É possível subir ao topo e de lá ter uma visão fantástica de toda a cidade.
  • MEMORIAL OF THE BERLIN WALL - Cerca de 300 metros de muro que foi preservado junto aos restos do ex-QG da Gestapo.
  • MUSEU DA MOTO DA EX-DDR - Muito interessante. Entre as Simson, Zündapp, Awo, DKW, URAL, tem tambem varias EMW, que nada mais são do que cópia das antigas BMW, inclusive com o mesmo logo porem vermelho no lugar do azul da legítima.
  • AEROPORTO TEMPELHOF - Foi fechado em 2008, após 85 anos em operação. O terreno onde foi construído, em 1923, pertenceu na Idade Média à Ordem dos Cavaleiros Templários, daí a designação dada ao mesmo. Foi reconstruído em 1933 para ser, na visão dos nazistas, a porta de entrada da futura "capital do mundo" - Germânia, novo nome que Berlin deveria ter no futuro Reich. Por decisão da comunidade, virou um parque. As 3.300 salas do prédio central estão desocupadas. Durante a Guerra Fria, foi base americana. Inclusive, a ponte-aérea Frankfurt-Berlin era operada exclusivamente pela Pan-American.
 Enfim, Berlin é hoje uma cidade preparada para receber o turista. Fora estas sobras da guerra, em nada lembra aqueles cenários de guerra vistos em filmes americanos. Inclusive a noite berlinense é uma festa.                                                                                                                               
PORTÃO DE BRANDEMBURGO
 
 
ESTACIONAMENTO NO LOCAL DO FÜHRERBUNKER

MEMORIAL DO HOLOCAUSTO

REICHSTAG

CHECK POINT CHARLIE

TORRE DE TV
Divisão de Berlin depois da Guerra

TRECHO DO MURO PRESERVADO
 

MUSEU DE MOTOS  DA  EX  DDR
AERPORTO DE TEMPELHOF ( HOJE PARQUE)

Depois de 5 dias em Berlin, seguimos para München, via Nürenberg.
MÜNCHEN - Cidade fantástica, foram 5 dias de muitos passeios, com idas a muitas cervejarias, igrejas (todas lindas, antigas e super bem conservadas) e museus. Entre as cervejarias mais famosas,  Hofbräuhaus (HB), Augustiner-keller e Löwenbräu-keller, todas com vários ambientes e bandinhas para animar. O grande destaque entre os museus foi o da BMW, que chama a atenção já pela parte externa, um prédio hi-tech em aço escovado. Todas as motos e carros produzidos pela empresa estão expostos, inclusive o F1 com o qual o Piquet foi campeão. Perto do museu,  a maior loja de motos da marca, onde aproveitei para comprar umas pecinhas de reposição da minha moto, é claro, rsrsrs                                            

GLOCKENSPIEL E RATHAUS ( SIMBOLOS DE MUNIQUE ) FICAM NO LARGO MARIENPLATZ
                                                                                                                                  
UMA DAS MUITAS CERVEJARIAS


PRÉDIO BMW
MUSEU BMW



Experimentando a cerveja da HB (Hofbräuhaus)

 
BERCHTESGADEN e MONTANHA OBERSALZSBERG - Fortaleza localizada nos Alpes Bávaros, no sul da Alemanha e a 30 km de Salzburg (Áustria), Berchtesgaden  era o local preferido de Hitler, onde ele passava a maioria de seus finais de semana. Até se transformar no refúgio do "grande líder", o local era  um retiro terapêutico. Ao sul da cidade se encontra a montanha Watzman (2.713 m) e, nas proximidades, a montanha Kehlstein (1.835 m), onde Hitler, Martin Bormann, Goëring e Speer tinham suas mansões de veraneio. A única que sobrou foi a de Speer, que está intacta até hoje, já que as outras foram bombardeadas pela RAF. No cume da montanha, os nazistas edificaram uma suntuosa construção denominada Eagle's Nest (Ninho da Águia), presente do partido em homenagem ao 50 anos de Hitler. Ela serviu de clube e ao mesmo tempo, para esconder, durante a Guerra,  valiosas obras de arte pilhadas de judeus e demais povos dominados. No salão de chá eram feitas as reuniões, inclusive com líderes estrangeiros simpatizantes dos nazistas, como Mussolini e Hiroito. A suntuosa lareira de mármore que ornamenta esse salão foi presente de Mussolini e já apareceu em vários filmes, como "Operação Valquíria", e documentários, como "Band of Brothers", de Tom Hanks e Steve Spielberg. A mansão foi preservada e transformada num restaurante com visão panorâmica de 360 graus, aberto ao público. Para chegar lá, caminha-se por um túnel de mais de 100 m, onde então há um elevador todo ornamentado a ouro que deixa as pessoas diretamente na casa de chá.  Na parte baixa da montanha fica o maior bunker dos nazistas, aberto recentemente para visitação. O bunker impressiona pela tecnologia já usada nos anos 40, tais como o sistema de ventilação e geração de energia, e pelo tamanho. Junto da entrada fica o hoje Museu da Documentação Nazista, com cartas, documentos, mapas e fotos - tudo original. A montanha foi toda "comprada" ou tomada pelos nazistas e hoje pertence ao Estado da Baviera. Quem tiver interesse em visitar a bonita Berchtesgaden, é melhor fazer reserva, pois apesar de ter muitos hotéis e guest-houses, a cidade é pequena e muito procurada por suas termas.  E tem uma cervejaria de 1640 muito boa.
GUEST-HOUSE ONDE FICAMOS HOSPEDADOS


BERCHTESGADEN E AO FUNDO MONTANHA KEHLSTEIN. BEM NO ALTO Á ESQUERDA, EAGLE'S NEST.
UM DOS CORREDORES DO BUNKER
UMA DAS SALAS DO BUNKER
TUNEL DE ACESSO AO ELEVADOR

ELEVADOR QUE LEVA AO  EAGLE'S NEST

LAREIRA DE MARMORE ITALIANO TODA RABISCADA COM NOMES DE SOLDADOS AMERICANOS, QUANDO DA CONQUISTA DA MONTANHA.
INDICAÇÃO PARA O HOTEL TÜRKEN. HOJE REABERTO COM O MESMO NOME.DURANTE A GUERRA FOI DESAPROPRIADO PELOS NAZISTAS PARA SERVIR DE QUARTEL DAS TROPAS DA  SS.

 
 
DE BERCHTESGADEN  PARA  LICHTERSCHTEIN via SALZBURG E INNSBRUCK
 
Salzburg, linda cidade histórica da Áustria, respira Mozart e Red Bull. Como todos sabemos, o ilustre compositor nasceu lá, onde é venerado através de museu, praça, estátuas. Mas hoje, o habitante mais famoso e rico é o dono do energético Red Bull, que entre outras coisas patrocina a escuderia campeã da Fórmula 1. Bares e restaurantes fazem propaganda do energético. Cidade muito parecida com as da Alemanha, mas sem a mesma estrutura de transporte.
CASTELO DE LEOPOLDSKRON ( SALZBURG )






SUBURBIO DE INNSBRUCK

CHEGANDO A VADUZ, CAPITAL DE LIECHTENSTEIN


 
LIECHTENSTEIN - Pequeno condado encravado entre Suiça, Áustria e Alemanha, é muito conhecido por ser um paraíso fiscal.  É tão pequeno que em poucos minutos atravessa-se todo o condado. Os moradores não têm o hábito de fazer belos jardins, como na Alemanha e na Áustria. A exceção foi o hotel onde pernoitamos (na divisa com a Alemanha), muito aconchegante e de excelente custo-benefício.
 
 
SPEYER ( museu e hotel ex caserna força aérea Francesa ) - Em 100 mil metros quadrados ao ar livre e 15 mil metros de galpão, o museu apresenta grande variedade de veículos e aviões usados durante a II Guerra e a Guerra Fria, principalmente americanos e soviéticos. A grande estrela, entretanto, é a casca de um Jumbo da Lufthansa, suspenso no ar e aberto para visitação. De qualquer ponto da cidade (Speyer) é possível ver o avião. Pernoitamos no hotel localizado na área do museu, que na época da Guerra Fria foi uma caserna da força aérea francesa.
 
 
TECHNICK MUSEUM SPEYER
 








 
 
MAINZ - Decidi ficar dois dias em Mainz (cidade próxima a Frankfurt) antes de embarcar de volta para o Brasil. Ela tem um significado muito especial para nós que fomos tripulantes de vôos internacionais da Varig. Na Alemanha, nos últimos  20 anos, a Varig nos hospedava  em Mainz,  no Hotel Hilton, à beira do Rio Reno. Foi muito emocionante rever tantos lugares que me eram tão familiares. Depois de sete anos, vi que continuava praticamente tudo no mesmo lugar. Para os amigos que me perguntaram, o Hilton não tem mais preço promocional para o pessoal da aviação. Fiquei no Best Western (depois  da estação de trem), hotel novo, com quarto e banheiro enormes, café da manhã igual ao do Hilton, estacionamento e internet - tudo isso por 114 euros. Tem um restaurante italiano muito bom e ônibus para o centro de 15 em 15 minutos passando na esquina.
 
RIO RENO NOS FUNDOS DO HOTEL HILTON

HILTON MAINZ

HILTON MAINZ


MAINZ MARKTPLATZ

AUGUSTINERSTRASSE NA CIDADE VELHA

PAUSA NO PASSEIO PARA UMA CERVEJINHA

REENCONTRO COM EX COLEGAS DA VARIG,QUE AGORA TRABALHAM NA TAM
  
 
 
PROST, UND AUF WIEDERSEHEN